Foto: Renato Araújo/ Agência Brasília
O Distrito Federal (DF) está na vanguarda da tecnologia de trânsito com a instalação de câmeras inteligentes em seus semáforos. Com um investimento superior a R$ 17 milhões, financiado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) através de recursos de multas (Fonte 237), quarenta câmeras já estão operando em cruzamentos estratégicos do DF, incluindo o Pistão Norte e Sul em Taguatinga e a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (DF-003). Até o final do ano, espera-se que o número de câmeras ativas chegue a 100.
Essas câmeras, consideradas inteligentes, monitoram em tempo real o fluxo de veículos, regulando automaticamente o tempo de abertura e fechamento dos semáforos. Isso garante maior fluidez no trânsito, sem a necessidade de intervenção manual de agentes do DER. Além de veículos, as câmeras também identificam pedestres, ajustando o tempo de sinal conforme a necessidade.
Tecnologia Avançada para um Trânsito Mais Fluido
Os novos semáforos, além de integrarem as câmeras inteligentes, contam com um nobreak para garantir o funcionamento contínuo mesmo durante quedas de energia. Este sistema substitui os antigos semáforos da década de 1990, proporcionando uma modernização significativa para a infraestrutura viária do DF.
Das câmeras em operação, 29 estão no Pistão Sul e Norte, enquanto 11 foram instaladas na Epia. Até o final do ano, outras 60 câmeras serão instaladas em cruzamentos como a Estrada Parque Dom Bosco (DF-025), Estrada Parque das Nações (DF-004) e BR-020, no Viaduto Padre Jonas Vettoracci, em Sobradinho.
Benefícios e Funcionamento
A central do DER, responsável pelo monitoramento online, trabalha em parceria com uma empresa terceirizada que gerencia a instalação, manutenção e operação das câmeras. Esta empresa emite relatórios constantes, permitindo ajustes remotos e imediatos em caso de problemas. Segundo Darione Oliveira, diretor de Tráfego do DER, as câmeras foram instaladas em áreas de grande fluxo, como em frente ao Taguatinga Shopping e próximo à Feira dos Importados, para otimizar a fluidez do trânsito.
Comparação com Outras Cidades: São Paulo e Londres
São Paulo, Brasil
Em São Paulo, a tecnologia de monitoramento de trânsito também está em uso, porém com uma abordagem ligeiramente diferente. A capital paulista tem investido em sistemas de monitoramento por câmeras desde a década de 2000, com foco na fiscalização e aplicação de multas, além de controlar o fluxo de veículos. Recentemente, São Paulo implementou o programa “MOBILIDADE SEGURA”, que inclui câmeras de reconhecimento de placas e monitoramento em tempo real para gerenciar o tráfego e aumentar a segurança viária. As câmeras em São Paulo são frequentemente usadas para detectar infrações, como excesso de velocidade e avanço de sinal vermelho, diferente da abordagem do DF que foca mais na fluidez do trânsito sem a emissão de multas.
Londres, Reino Unido
Londres, uma das cidades mais avançadas tecnologicamente no gerenciamento de tráfego, utiliza um sistema conhecido como SCOOT (Split Cycle Offset Optimization Technique). Este sistema ajusta dinamicamente os tempos dos semáforos com base nos dados de fluxo de tráfego em tempo real. O SCOOT é complementado por câmeras de trânsito que monitoram congestionamentos e ajudam a ajustar os sinais para otimizar o fluxo. Londres também emprega câmeras para a cobrança de pedágio urbano e fiscalização de faixas exclusivas para ônibus. A combinação dessas tecnologias ajudou a reduzir congestionamentos e melhorar a eficiência do transporte público.
A iniciativa do Distrito Federal de implementar câmeras inteligentes nos semáforos é um passo significativo para modernizar a infraestrutura viária e melhorar a fluidez do trânsito. Comparado a São Paulo e Londres, o DF adota uma abordagem menos punitiva e mais focada na eficiência do tráfego, o que pode servir como modelo para outras cidades brasileiras e internacionais. A evolução contínua da tecnologia e sua integração no gerenciamento de trânsito promete um futuro onde a mobilidade urbana seja mais segura e eficiente.