Pensilvânia, EUA – A tentativa de assassinato do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante um comício no Condado de Butler, Pensilvânia, no sábado (13), revelou-se um evento cuidadosamente planejado, segundo fontes policiais e federais. Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, o atirador, não apenas solicitou uma folga no trabalho para o dia do ataque, como também chegou ao local três horas antes do início do comício.
Crooks foi inicialmente notado pelos seguranças ao passar pelos magnetômetros com um telêmetro, um dispositivo usado para medir distâncias, comum entre caçadores e atiradores. Embora o dispositivo não tenha barrado sua entrada, levantou suspeitas suficientes para que seguranças o mantivessem sob vigilância.
Detalhes do Plano e Ações no Dia do Atentado
Após deixar a área de triagem, a teoria policial é que Crooks foi até seu carro para pegar um rifle AR-15, a arma utilizada no ataque. Testemunhas alertaram a polícia ao avistarem Crooks subindo no telhado do local do comício, onde foi visto usando o telêmetro para observar posições de contra-atiradores.
Equipamentos e Intenções
No carro de Crooks, as autoridades encontraram um colete à prova de balas, três carregadores totalmente carregados e dois dispositivos explosivos controlados remotamente. Outra busca em sua residência revelou mais um colete à prova de balas, outro dispositivo explosivo e uma impressora 3D, sugerindo um planejamento detalhado para o ataque.
Histórico Pessoal e Investigações em Curso
As investigações, conduzidas pelo FBI e pelo Serviço Secreto, indicam que Crooks tinha um diagnóstico de transtorno depressivo grave. Em análise preliminar, não foram encontradas motivações políticas ou ideológicas para o atentado, conforme relatado pelo diretor do FBI, Christopher Wray. O FBI também realizou mais de 200 entrevistas e continua a explorar todas as pistas possíveis.
Crooks visitou o local do comício duas vezes após o anúncio do evento, um indício de sua preparação minuciosa. Ele foi identificado como suspeito pela polícia cerca de uma hora antes do ataque, mas as medidas preventivas não foram suficientes para evitar a tragédia. Essa falha gerou críticas severas de congressistas, especialmente senadores republicanos, que expressaram desconfiança na liderança do Serviço Secreto.
Reações e Consequências
Em pronunciamento no Plenário nesta quarta-feira (17), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) prestou solidariedade a Donald Trump, comparando o atentado ao ocorrido com seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2018. “Eu sei exatamente o que é ver ali o seu pai defendendo as bandeiras em que acredita que são as melhores para o seu país e vir alguém contaminado de ódio tentar tirar a vida de uma outra pessoa por discordância política”, declarou Flávio. Ele afirmou acreditar que ambos os atentados foram executados por militantes da extrema-esquerda, que, segundo ele, promovem a violência e disseminam discursos de ódio. O senador também criticou a grande mídia, argumentando que a imprensa “potencializa esses discursos” e rotula adversários políticos, promovendo um ambiente de intolerância contra líderes conservadores de direita.
Perfil do Atirador
Crooks, que foi morto no local do ataque, foi descrito por colegas de escola como uma pessoa solitária, vítima de bullying e rejeitada pela equipe de tiro da escola por sua falta de habilidade. A investigação em seu telefone celular revelou buscas por fotos de Trump e outras figuras públicas, bem como pesquisas relacionadas ao transtorno depressivo.
A tragédia resultou na morte de um espectador e deixou dois feridos, além de levantar questões sobre a segurança em eventos políticos e a atenção necessária aos sinais de distúrbios mentais em indivíduos.
Enquanto as investigações continuam, a nação permanece atenta às respostas das agências de segurança e às medidas futuras para prevenir incidentes semelhantes. A tentativa de assassinato de um ex-presidente é um lembrete sombrio dos desafios contínuos na proteção de figuras públicas e na gestão da saúde mental em uma sociedade cada vez mais complexa.